2. A gente da terra

Na arte de Djanira, a profundidade, a perspectiva, e mesmo detalhes como a fisionomia dos rostos se perdem com o intuito plástico de se tornarem uma composição, quase uma colagem de cor, estampas e formas. Para além disso, as silhuetas dos rostos se tornam tipos, ou ainda o “povo”, a camada da população mais simples, marcada pelo trabalho e pela diversidade étnica: são brancos, negros, indígenas, imigrantes e todas as misturas entre esses povos. Na tela, podemos ser eu e você, todos nós, ou ainda o outro, de acordo com a posição que você acredita pertencer na sociedade.

A importância dada a diversidade étnica é muito importante na obra da artista de ascendência indígena, que para retratar esse povo passou 6 meses morando com o povo Canela do Maranhão, e dizia:

“Sinto, dentro de mim, que a nossa arte não pode se desligar do índio. Ele é a própria terra. E eu tenho esse fascínio, acho que por uma questão de raça: eu sou meu pai escritinha, aquele caboclo índio”