Festa do Divino da década de 1950. Acervo pessoal de Antonio Marques. Foto: Lívia Lima. (DOSSIÊ, 2010, p. 28)
Nas representações de Djanira das manifestações da cultura popular seu objetivo não era limitá-las a temas para sua produção, mas formar um estilo e uma busca por autenticidade e brasilidade, resultando em telas animadas e povoadas, com colorido intenso, como nesta festa do Divino.
A festa do Divino em Paraty é uma celebração religiosa tão tradicional que em 2013 foi registrada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como um bem cultural imaterial brasileiro, na cidade que é tombada como um sítio histórico desde 1950, data anterior ao quadro.
A festa, de origem portuguesa, comemora, na Igreja Católica, o dia de Pentecostes, a descida do Espírito Santo aos discípulos de Jesus cinquenta dias após sua ressureição e tais festejos em Paraty estão profundamente enraizados no cotidiano dos moradores, se tornando um espaço de sociabilidade e reforço da identidade local.
Um dos símbolos dessa festa é a bandeira de cor vermelha com a pomba ao centro. A pomba simboliza o Espírito Santo, e o vermelho remete ao fogo, forma pela qual o Espírito Santo se manifestou aos apóstolos.