1. Indústria

A industrialização brasileira começou no início do século XIX principalmente no Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia, onde havia matéria-prima - principalmente o algodão para a indústria têxtil - e uma população numerosa para o consumo da produção.

São Paulo desenvolve a indústria em fins do século XIX, quando inicia uma produção massiva de café para exportação, tendo garantido ferrovias para o escoamento do produto e atingido uma série de fatores como: riqueza monetária do café e estabelecimento dessa elite na cidade; desenvolvimento do setor energético; abolição da escravidão, que propicia uma imigração estrangeira massiva que vai para o campo e depois migra para a cidade, garantindo mão de obra mais especializada para a indústria e consumo para os bens produzidos.

Em 1895, já havia 52 fábricas em São Paulo, sendo a maioria no ramo têxtil, de cerveja, chapéus e fósforos, serrarias e fundições. Até 1930, as principais eram de vestuário, calçados, produtos alimentares, bebidas, fumo e mobiliário, sendo a indústria têxtil ainda a de maior sucesso, pois enquanto as elites vestiam roupas importadas, os operários compravam os produtos nacionais.

Esse contexto de rápido crescimento populacional e industrial tornam-se reflexos da “modernidade” tão alardeada pelas vanguardas artísticas. O futuro chegava a São Paulo e tornava-se um dos temas da produção artística nacional. Tarsila não ignora o tema e a efervescência dessas ideias numa Paulicéia que já se mostrava “Desvairada”.