5. Rostos cansados

A mão de obra operária era diversa e isso fez com que as ideias que já circulavam em países com uma industrialização mais avançada chegassem também ao Brasil. As condições de trabalho nas fábricas nesse estopim industrial eram degradantes e impróprias, o que fez com que esses operários se organizassem politicamente, a partir de suas experiências anteriores, com o intuito reivindicar melhorias. Assim, surgem as ligas operárias e sociedades de resistência, que lutavam por menor jornada de trabalho, assistência ao trabalhador doente e acidentado, normatização e regulamentação dos direitos trabalhistas feminino e infantil, mas também moradia, educação, alimentação e saúde.

A situação dessas classes pode ser vista na obra, em que Tarsila mostra rostos abatidos e exaustos pelo trabalho extenuante tanto de homens como de mulheres, idosos e crianças. Tais posicionamentos durante o governo de Getúlio Vargas eram vistos como perigosos e subversivos. Tarsila já tinha sido presa em 1932 por esse mesmo governo, por medo de que suas amizades e reuniões do Partido Comunista a estivessem levando a propagar tais ideias, ditas como perigosas por meio de sua atuação artística. Portanto, para além dos rostos cansados dos trabalhadores, ela também representou membros da elite intelectual que simpatizavam pelas ideias comunistas e lutavam por uma sociedade mais justa e igualitária.

A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, foi sancionada apenas em 1 de maio de 1943 pelo presidente Getúlio Vargas, depois de muita pressão das classes trabalhadoras, unificando toda legislação trabalhista existente no Brasil e garantindo direitos como: identificação profissional, jornada de trabalho, salário mínimo, férias anuais, segurança e medicina do trabalho, proteção ao trabalho da mulher e do menor, previdência social e regulamentações de sindicatos de trabalhadores.

Representação de operário cansado
Representação de casal de operários cansados