As perobeiras, 1906.

Benedito Calixto. (Itanhaém/SP, 1853 – São Paulo/SP, 1927).
As perobeiras, 1906. Óleo sobre tela.
144,7 x 89,7 x 7 cm
Benedito Calixto nasceu em Itanhaém, São Paulo, e já na infância deixou transparecer sua paixão pela arte e pelo mar e suas praias, temas presentes em seus primeiros desenhos a carvão. Trabalhou em Santos na oficina de Tomás Antônio de Azevedo e decorou o teto da nova sala de espetáculo do Teatro Guarany. Esse trabalho lhe rendeu uma bolsa da cidade de Santos para viajar para Paris, onde estudou desenho e pintura com Raffaëlli, Lefevre e outros, frequentando a afamada Academia Julian. Em 1884 voltou ao Brasil e trouxe uma câmera fotográfica, que passou a usar na elaboração de suas composições, trazendo um interesse realista rigoroso com perceptível esforço em retratar as paisagens locais.
A obra “As perobeiras” é resultado da preocupação do artista com a preservação do patrimônio paulista, especialmente diante da devastação das florestas naturais. Nesta obra, Calixto denuncia a devastação das perobeiras, árvore natural da mata Atlântica. A cidade de Bebedouro, onde o cultivo do café, principal produto regional, ocupou um vasto território no final do século XIX, contribuiu para o desenvolvimento da economia paulista. No verso da obra, o pintor escreve sua indignação e preocupação com o patrimônio natural: “As Perobeiras (na Terra do Café). É uma espécie de flora paulista que agoniza! De um estudo do natural feito por B. Calixto em 1906, na Fazenda Santa Maria em Bebedouro”.