Bandeirante, 1955.

Bandeirante, 1955.
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Candido Portinari. Bandeirante, 1955. Nanquim sobre papel. 40,6 x 34 x 3 cm

Nascido na cidade de Brodowski, interior de São Paulo, Portinari, um dos grandes nomes do modernismo brasileiro, iniciou seus estudos na Escola Nacional de Belas Artes. Ao ganhar o prêmio de viagem ao exterior, teve contato com obras e artistas que influenciaram muito sua produção, como os renascentistas Giotto e Piero della Francesa e os contemporâneos a ele próprio, Modigliani e Picasso. Retornou ao Brasil em 1931 e buscou abordar em sua produção a temática do homem brasileiro, sua história e questões sociais. Alcançou em vida grande fama e reconhecimento, principalmente com suas obras de grandes dimensões e dramaticidade, em que retratou os trabalhadores do campo, os retirantes ou ainda sua grande obra Guerra e Paz, concebida para a sede da ONU em Nova York.

Este pequeno desenho em nanquim faz parte das ilustrações que fez para livros. A figura de um bandeirante, retratado de maneira mais simples do que era costumeiro, sem as imaginadas botas e gibão, foi concebida para o livro “Raízes”, de José Paulo Moreira da Fonseca, onde aparece o poema “A bandeira”.

“Não caminharemos pelas paisagens do passado.
Nenhum de nós se recorda
Nem mesmo em longe lembrança
Daquelas serras ou da curva dêste rio
Que se perde no áspero rumor de penhas.
O que fomos, já se foi.
Só o desejo conta
Pulsando com os verdes veios
De amanhã, ou depois
E depois, como esses vales e vales
Que sabemos nos aguardando na hora inviolada”.

José Paulo Moreira da Fonseca.