Frevo, 1953.

Clóvis Graciano (Araras/SP, 1907 – São Paulo/SP, 1988). Frevo, 1953.
Óleo sobre tela.
93,5 x 84,5 x 6 cm
O artista Clóvis Graciano participou de diversos grupos de artistas em voga nos anos 1930, tais como o Grupo Santa Helena, a Família Artística Paulista, além de ingressar regularmente dos Salões do Sindicato dos Artistas Plásticos e também do Salão Nacional de Belas Artes. Nesse último certame, venceu o prêmio de viagem ao exterior, viajando para Paris, onde estudou por dois anos aprimorando-se principalmente em pintura mural e gravura. Fez ilustrações para obras literárias como “Cancioneiro da Bahia”, de Dorival Caymmi e “Terras do Sem-fim”, de Jorge Amado. Esses livros de temática regional e social iam ao encontro de seus interesses enquanto artista plástico, fiel ao figurativismo.
Inspirado pela cultura brasileira, representou muitas vezes o retirante, o trabalhador, mas também o brasileiro em momentos de lazer e prazer. São frequentes em sua produção, dançarinos e músicos, como na obra "Frevo", manifestação folclórica típica do estado de Pernambuco que surgiu no fim do século XIX como um ritmo de Carnaval, vindo dos maxixes, dobrados e marchinhas. A dança frenética que faz os dançarinos “ferverem”, incorpora referências da capoeira, elemento cultural dos negros ex-escravizados da região, que naquele período conquistavam a liberdade. Na obra, os dançarinos, cujos rostos estão escondidos nas tradicionais sombrinhas, fazem sua dança na penumbra da cidade, em certa clandestinidade, representados com traços geometrizados e grande expressividade pictórica.