Coroa do Divino

Coroa do Divino, s.d. Prata. 33 x 28 x 28 cm
A Festa do Divino realiza-se no dia de Pentecostes, 50 dias após a Páscoa, quando se celebra a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos reunidos. É uma das mais importantes festas católicas brasileiras. Originária da Alemanha, foi introduzida em Portugal graças à devoção da rainha portuguesa Santa Isabel. Com bandeiras, tronos, mastros e muitos festejos, além da missa, o ápice da festa é a coroação do Imperador do Divino, muitas vezes o festeiro que organiza a festa do ano seguinte.
A tradição do “Império do Divino” tem início com uma visão do monge Gioacchino da Fiore no século XII, que pregava que um dia chegaria à Idade do Império do Espírito Santo, quando qualquer plebeu seria Imperador, já que a sabedoria divina iluminaria todos os seres humanos de igual modo e independentemente de estruturas tradicionais. Já a Festa do Divino, com a feição que conhecemos, foi criada pela Rainha Isabel de Portugal no ano de 1296, quando convidou clero, nobreza e povo a assistirem a Missa de Pentecostes. Naquela ocasião, dentre os pobres que estavam presentes à cerimônia, convidou-se o mais pobre para ocupar o lugar do rei, no trono, na capela-mor. Ali o pobre ajoelhou-se e o bispo colocou-lhe sobre a cabeça a coroa real.
A partir dessa tradição, em geral a coroa da festa é uma coroa imperial, em prata, com seis braços, encimada por um orbe sobre o qual assenta uma pomba de asas estiradas. Tal é a mesma descrição desta peça que, para além dessas características, possui rica decoração de flores e folhagens em toda a base e braços.