Festa do Divino em Parati, 1962.

Festa do Divino em Parati, 1962.
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Djanira da Motta e Silva (Avaré/SP, 1914 – Rio de Janeiro/RJ, 1979).
Festa do Divino em Parati, 1962. Óleo sobre madeira. 324 x 484 x 10,5 cm

Pintora importante do modernismo brasileiro, Djanira da Motta e Silva teve sua infância caracterizada por uma vida simples e pelo trabalho no campo. Esses temas e uma religiosidade que se acentuou com o passar do tempo, aparecem em suas obras, que com técnica moderna flertam com o colorido e a simplicidade da chamada arte primitiva ou ingênua, conhecida como Arte Naïf, onde as figuras e planos aparecem com grande simplificação, muitas vezes sem os detalhes dos rostos e pouco tratamento dado à perspectiva.

Na década de 1960, Djanira passou a morar na cidade de Paraty e representou nesta pintura, a Festa do Divino da cidade. A festa, que hoje é reconhecida como Patrimônio Imaterial Brasileiro, é realizada no dia de Pentecostes e celebra a descida do Espírito Santo sobre Maria e os Apóstolos de Cristo. Ela teve origem em Portugal graças à devoção da rainha Santa Isabel, chegando ao Brasil com a colonização e tornando-se uma das mais importantes festas católicas brasileiras. Com bandeiras vermelhas com a pomba do espírito, tronos, mastros e banquetes, o ápice da festa é a coroação do Imperador do Divino, que pode ser um adolescente, ou ainda o festeiro que será responsável pela organização do evento no ano seguinte.