Santa Cecília, 1957.

Santa Cecília, 1957.
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Djanira da Motta e Silva (Avaré/SP, 1914 – Rio de Janeiro/RJ, 1979).
Santa Cecília, 1957. Óleo sobre tela. 79 x 68 x 6 cm.

Djanira da Motta e Silva é uma artista de Avaré, interior de São Paulo, que teve a infância e a adolescência marcada pela vida simples e pelo trabalho no campo. Filha de mãe austríaca e pai guarani, ela é a expressão da brasilidade, representando grande parte da uma população que carrega a diversidade cultural e étnica. Em 1937, adoeceu de tuberculose e foi internada em um sanatório em São José dos Campos, onde começou a se aventurar pelo desenho. Esse interesse foi posteriormente aprimorado tanto pela convivência com diversos artistas como Milton Dacosta, Carlos Scliar, Maria Helena Vieira da Silva entre outros, como pelos seus estudos no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e suas viagens pelo exterior, tendo morado por quatro anos nos Estados Unidos, realizando exposições por lá.

Sua produção é atenta às diversas religiosidades brasileiras, representou tanto o Candomblé com seus orixás, como o Catolicismo com suas festas e santos. Nesta obra, homenageia a padroeira da música, Santa Cecília. Dada em casamento, contra a vontade, pois desejava devotar sua vida a Deus, Cecília conseguiu converter o marido ao cristianismo, em tempos de proibição romana à religião e foi torturada e condenada à morte, tendo sobrevivido várias vezes antes de finalmente ser decapitada. Ao morrer, ela teria cantado a Deus, o que lhe valeu a honra de ser considerada a padroeira da música. Também Djanira, a certa altura de sua vida, dedicou-se integralmente à religião, ingressando em 1972 na Ordem Terceira do Carmo.