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Ampliação do Olhar

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Ampliação do Olhar
Palácio dos Bandeirantes, de 05 de novembro de 2009 a 10 de janeiro de 2010

No começo do século XVII, o astrônomo italiano Galileo Galilei construiu uma luneta capaz de ampliar nove vezes o olhar humano e a apontou para o céu pela primeira vez. Assim, um universo completamente novo revelou-se diante dos olhos dos cientistas, que passaram a analisar os segredos do Céu e da Terra por meio da experiência científica e da matemática.

Em comemoração ao Ano Internacional da Astronomia, a Curadoria do Acervo dos Palácios apresenta a exposição “Ampliação do Olhar”, que faz uma reflexão sobre a influência da ciência na arte. As obras reunidas pela curadora da exposição, Elza Ajzenberg, formam um conjunto de 32 pinturas, desenhos e gravuras, pertencentes à coleção dos Palácios do Governo e a colecionadores particulares. Representam artistas que voltam o olhar para a natureza, o céu e a cidade e, assim como os cientistas, propiciam uma outra visão do mundo.

Os artistas contemporâneos a Galileo abriram seus olhos para a beleza sublime da natureza e buscavam representá-la com sensibilidade e técnica, mas essa relação entre a arte e a ciência não é inédita. Na Grécia Antiga, por exemplo, os artistas já aproveitam o conhecimento da anatomia humana para buscar a reprodução perfeita das formas em suas esculturas e, séculos depois, os pintores renascentistas introduziram a técnica da perspectiva em suas pinturas para criar a ilusão de profundidade de espaço.

Pode-se testemunhar a presença da ciência na arte em obras como a pintura cusquenha do século XIX na qual o Sol e a Lua representam o ato da criação divina e na precisão científica dos desenhos do botânico autodidata e engenheiro João Barbosa Rodrigues, também do mesmo século. As obras dos paisagistas Benedicto Calixto, João Baptista da Costa e Guelfo Campiglia, da virada do século XIX para o XX, alcançam o equilíbrio perfeito entre a incidência da luz, a presença das águas e as construções humanas.

A exposição também traz as cores das telas dos modernistas Aldo Bonadei, Sérgio Milliet, Pancetti e Guignard, e as representações abstratas do Cosmo produzidas por Manabu Mabe e Danilo Di Prete. Entre as obras contemporâneas, estão presentes também as que revelam a espiritualidade das formas luminosas de Carlos Araujo, o universo tridimensional de Caciporé Torres e o figurativismo das luzes da cidade de São Paulo de Gregório Gruber.

A exposição tem o objetivo de, por meio da observação das conexões que cada artista estabelece entre os trabalhos científico e artístico, ampliar nosso olhar em relação à natureza, ao Cosmo e a nós mesmos.

Ana Cristina Carvalho
Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo