Histórico de exposições permanentes, temporárias e itinerantes
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A tradição do presépio em seus diferentes contextos – A Coleção Franciscana e o Acervo Artístico dos Palácios
Palácio dos Bandeirantes, de 05 de dezembro de 2011 a 08 de janeiro de 2012Dentre os símbolos tradicionais do Natal – a árvore, a ceia, o Papai Noel e as comemorações embaladas pelas músicas natalinas –, o presépio tem uma história especial. Neste Natal de 2011, o Palácio dos Bandeirantes rememora essa tradição, que teve sua origem com Francisco, no século XIII, na Itália. Para esta celebração especial, conta com a colaboração da Coleção Franciscana da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.
Os 30 presépios expostos, provenientes de diversos países, são apresentados ao lado de obras raras da coleção de arte sacra dos Palácios do Governo, com o objetivo de fazer associações e distinções entre essas obras. Do popular ao erudito, todas refletem seus peculiares contextos culturais locais, costumes e religiosidade, e variam em formas, cores, materiais e tamanhos (desde as representações minúsculas até as de tamanho natural).
Montados pela equipe da Curadoria do Acervo dos Palácios, os presépios apresentam uma proposta de interpretação cenográfica que utilizou materiais recolhidos dos jardins dos Palácios dos Bandeirantes, do Horto e Boa Vista. Assim, a forração de galhos, troncos e folhas acolhe os personagens bíblicos feitos com palha, barro, algodão, madeira, metal, marfim, fibras naturais, tecido, plástico, isopor, feltro, bambu, papelão e palitos, por exemplo.
As coleções de arcas, arcazes, oratórios, fragmentos, pinturas da escola cusquenha e imagens escultóricas compõem o conjunto de obras sacras que integra o acervo dos Palácios. As imagens de anjos, santos e madonas dos séculos XV, XVI e XVII são provenientes do Palácio dos Campos Elíseos (sede do Governo do Estado de 1930 a 1969) e a significativa quantidade de telas cusquenhas foi adquirida para complementar a coleção de mobiliário religioso dos Palácios dos Bandeirantes e Boa Vista, nos anos 1970.
Os artesãos e artistas expressam-se com os materiais e influências locais da época, seja nas produções originárias dos ateliês europeus – como é o caso da imagem monumental de São Francisco, em madeira entalhada, produzida na Espanha, no século XVII –, seja nas peças de arte colonial brasileira – como é o caso dos anjos barrocos e do oratório mineiro com o Menino Jesus de Praga, em madeira, mais simples na fatura, mas com a rica policromia típica das peças feitas nessa região do país, no século XVIII.
As obras desta exposição reúnem-se ao significado do Natal a partir da figura e da vida de São Francisco, que procurou, naquela época, montar um presépio como ritual de celebração do Nascimento de Jesus, e, por meio deste, incentivar a percepção, o renascimento e a requalificação da vida. Acrescidas dos símbolos imateriais – alegria, paz e esperança –, as coleções expostas refletem a magia da nossa fé cristã e as características estéticas próprias de cada cultura.
Ana Cristina Carvalho
Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo