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Arte e Meio Ambiente – Rompendo Fronteiras

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Arte e Meio Ambiente – Rompendo Fronteiras

Palácio do Horto, de 18 de novembro de 2011 a 15 de abril de 2012

A exposição “Arte e Meio Ambiente – Rompendo Fronteiras” tem múltiplos significados. O primeiro refere-se à forte presença de artistas de origem italiana nas coleções de arte dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo – com importantes obras em diversas técnicas de pintura, escultura, desenho, aquarela e gravura –, parte delas reunida no Palácio do Horto para participar das comemorações da programação do “Momento Itália-Brasil”.

Dentro do segundo eixo, as obras do Acervo Artístico dos Palácios que integram a mostra foram selecionadas considerando os critérios de origem italiana do artista ou mesmo artistas brasileiros que se debruçaram em questões típicas da tradição italiana, inspirados pela música e costumes.

A ponte artística entre Itália e Brasil também é destacada pela participação de artistas convidados cujas pesquisas estéticas, ambientais, historiográficas e arqueológicas estão expressas em pinturas, fotografias e videoarte, as quais evidenciam a herança italiana. Dentre eles, estão os artistas Fulvio Pennacchi e seu filho Lucas, cuja formação está baseada na grande influência italiana. Fulvio, italiano que emigrou para o Brasil na década de 1920, radicou-se em São Paulo e participou ativamente do percurso dos artistas que se reuniam para pintar no ateliê do Edifício Santa Helena, no centro da cidade, nos anos 1930/40, como Volpi, também representado aqui.

O terceiro eixo – a discussão do tema “Arte e Meio Ambiente” – revela, à primeira vista, dois termos distantes, mas que estão estreitamente associados nesta mostra, buscando mostrar que a arte, desde tempos remotos, sempre sinalizou o interesse dos artistas pela interpretação e preservação da natureza.

Estão em destaque, também, obras pertencentes ao Acervo dos Palácios que têm como foco o gênero da paisagem, entre elas, a coleção de gravuras de espécies de palmeiras, de João Barbosa Rodrigues, e a série de aquarelas sobre os tipos de bromélias e orquídeas brasileiras, de Margaret Mee. Apaixonados pela flora brasileira, ambos os artistas retrataram a exuberância das espécies tropicais, suas cores e formas.

Podem ser observadas, nesse mesmo contexto, associações de imagens nas obras de dois artistas em tempos distintos: as aquarelas do italiano Alfredo Norfini, dos anos 1920/30, e as fotografias de Valdir Cruz, de 2009. As séries foram encomendadas pelo Governo do Estado com o objetivo de documentar as espécies de árvores existentes no estado de São Paulo. Além do trabalho científico de classificação, os artistas expressam poeticamente a natureza.

Dentro dessa temática, a partir de 25 de janeiro, a exposição se estende ao Parque do Horto, com a instalação do painel da italiana Margherita Leoni e das esculturas de Mello Witkowski Pinto, que apresentam a fauna e a flora locais e a relação do homem com o meio ambiente, transformando a atmosfera do parque em um museu.

Finalmente, é oportuno lembrar a importância histórica e artística do Acervo dos Palácios do Governo como um todo. Este acervo, formado ao longo dos anos, é constituído por 3.500 obras provenientes de diversas regiões do país e do mundo, com inserção de renomados artistas. A mostra oferecida, na presente programação, enriquece as comemorações do “Momento Itália-Brasil” e chama a atenção para as diferentes linguagens artísticas como formas de olhar a natureza, sinalizando a necessidade de preservação do meio ambiente, visando um futuro melhor para a sociedade.

Ana Cristina Carvalho
Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo