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O Nome do Brasil

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O Nome do Brasil
Palácio dos Bandeirantes, de 20 de agosto a 18 de outubro de 2009

Esta mostra trata da origem do nome do nosso país: a palavra brésil já era conhecida dois séculos antes da descoberta do país pelos portugueses, em 1500 – e, anos depois, foi divulgada pelos comerciantes franceses normandos que comercializavam o pau-brasil nas terras do Novo Mundo. O nome do Brasil tanto teria sido originário da árvore da qual se extrai uma tinta avermelhada quanto de uma ilha mítica – Berzil – perdida no Oceano Atlântico. O certo é que o gentílico brasileiro (brésilien, os que comercializavam o pau-brasil) nasce em 1562 com a publicação, em Paris, de um relato anônimo que a ele atribuía a atividade de cortar o bois-rouge para traficar.

O nome do Brasil
O primeiro nome das terras descobertas foi Ilha de Vera Cruz. Segundo o escrivão da esquadra, Pero Vaz de Caminha, o nome foi mudado para Terra de Santa Cruz ao se notar sua imensidão. Foram os marinheiros franceses, traficando o pau-brasil com os índios tupinambás, que divulgaram o nome Brésil. O francês Jean de Lery, que viveu no Rio de Janeiro entre 1555 e 1567, justificou assim a mudança de nome: “Ao falar das árvores deste país, devo começar pela mais conhecida entre nós, esse pau-brasil de que a terra, por influência nossa, tomou o nome e é tão apreciado, graças à tinta que dele se extrai". Mas os portugueses lastimaram a mudança do nome, como Frei Vicente do Salvador, em sua “História do Brasil”. Para ele, o demônio foi quem fez com que se esquecesse o primeiro nome e ficasse o de Brasil, por causa de um “pau assim chamado de cor abrasada”.

Os Mapas
A cartografia portuguesa é reconhecida no mundo todo e orientou todos os grandes navegadores no período dos descobrimentos, nominando lugares desde a Ásia até o Novo Mundo, onde está o Brasil. Já os mapas franceses trazem o primeiro relato sobre o Brasil, do francês Gonneville (1503-04), sobre o tráfico do pau-brasil; e a primeira gravura é de um anônimo de Ruão, de 1551, que, então, passou a ilustrar os mapas.

Os Tupinambás na Normandia do século XV
Sabe-se da presença de índios brasileiros na França desde 1505, quando o navegador Gonneville levou a bordo de seu navio um índio carijó, que viveu na França até os 95 anos de idade. O armador Jean Ango estabeleceu o tráfico do pau-brasil a partir de Dieppe, na Normandia, viajando por todo o mundo a partir do porto normando do Havre. Esse comércio foi retratado em baixos relevos em madeira, mostrando os índios tupinambás extraindo o pau-brasil para os normandos. Os entalhes são do mais refinado estilo renascentista e têm o nome de “A Ilha do Brasil: o corte da madeira” e “O embarque da madeira”. Na mesma Normandia, outros relevos em pedra na catedral de Saint Jacques, da cidade de Dieppe, mostram os índios com machados, cortando árvores de pau-brasil.

Pau-Brasil – Caesalpinia echinata
A planta foi estudada pela primeira vez em 1648, na Historia Naturalis Brasiliae (“História Natural do Brasil”), pelos holandeses. Dez anos mais tarde, foi descrita como ibirapitanga – Lignum rubrum (madeira vermelha) ou pao do Brasil. Em 1789, o naturalista Lamarck descreve a planta, no tratado Brésillet, como do gênero Caesalpiniae, e estende o nome para outras espécies.

Percival Tirapeli e Laura Carneiro
Curadores da exposição