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O Palácio, a Casa, o Museu – Percepção, Memória, Imaginação

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O Palácio, a Casa, o Museu – Percepção, Memória, Imaginação
Palácio Boa Vista, de 28 de junho de 2012 a 28 de outubro de 2012

Palácio, casa, museu: três universos que cabem em um só espaço, onde se interligam momentos, personagens, fatos e coleções. Como todos nós, cada lugar tem sua história, sua identidade.

A exposição “O Palácio, a Casa, o Museu” procura reconstruir a memória do Palácio Boa Vista, de sua implantação ao longo de 26 anos, da aquisição das coleções que atualmente integram o Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo e dos fatos que marcaram o seu cotidiano.

Articulada em torno das coleções de arte e de questões como a “casa histórica” ou o “museu-casa”, a mostra destaca a relação entre o espaço público e o privado, uma vez que a dimensão da casa originalmente nos remete ao afetivo, ao íntimo, ao particular. Ao adentrar os ambientes do Palácio Boa Vista, o que vemos? O palácio, a casa ou o museu? Quais as relações possíveis dos objetos em seus espaços?

Um passeio pelos ambientes do Palácio revela cotidianos vividos, proporciona observar os objetos em seu conjunto, os padrões de formas e suas origens, as aproximações de estilos entre as peças, o gosto e suas interpretações. Sendo assim, o ambiente expositivo é ativo e determinado pela narrativa que considera a relação do homem com o objeto, impregnado de fatos artísticos, históricos, políticos e sociais.

Para interpretar essa atmosfera por meio de uma ação museológica, considera-se o museu em sua dimensão onírica. O contexto da presença humana, o cotidiano e toda a cultura material representados pelas obras expostas nas paredes impregnadas de história sugerem ao visitante a capacidade de sonhar ao ocupar simbolicamente os territórios da memória.

Considerando-se o espaço e as coleções, são apresentadas peças de mobiliário histórico artístico brasileiro do século XVII ao XX – híbrido e exuberante, mostrando o talento dos nossos artífices –, móveis portugueses e franceses dos séculos XVII e XVIII, objetos de uso doméstico em porcelana e prata e uma rara coleção de acervo religioso, composta, por exemplo, por arcazes, oratórios, camas conventuais, imaginária e objetos litúrgicos.

Desse modo, a exposição visa incentivar a compreensão do Palácio Boa Vista a partir de seus três papéis, que, apesar de distintos, relacionam-se entre si, reunindo documentos, fotografias e peças que mostram o contexto histórico e arquitetônico do Palácio, a função residencial dos ambientes da casa e as obras expostas no contexto do museu, retiradas de sua função original doméstica e decorativa.

O Palácio, enquanto museu, participa do universo de construção social e envolve não só o ato de percepção, mas a memória, a imaginação, o raciocínio, a assimilação e a compreensão do objeto.

Ana Cristina Carvalho
Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo