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Paisagens de São Paulo

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Paisagens de São Paulo
Palácio dos Bandeirantes, de 25 de janeiro a 14 de março de 2010

São Paulo conheceu, em seus mais de 450 anos, um longo período de penúria de cerca de três séculos, seguido de uma coincidência de fatores de diversas ordens que redundaram em uma mudança econômica profunda.

A agroindústria da cana e, posteriormente, a do café avizinharam-se da província e, em seguida, da cidade de tal forma que as transformaram em um entroncamento de transporte de riquezas, resultando na criação da megalópole dentro da qual vivemos.

Por esse motivo, em pouco mais de 50 anos, na segunda metade do século XIX, a cidade e sua taipa deram lugar a novo urbanismo, nova arquitetura e nova vida civilizatória. Quando comparamos a paisagem urbana retratada nos séculos passados àquelas realizadas no século XX, parece até não se tratar da mesma cidade.

Na exposição "Paisagens de São Paulo", podemos observar algumas das transformações da cidade de São Paulo e seus arredores sob o olhar de artistas que evidenciaram aspectos que hoje já não vemos, como o Rio Tietê de Oscar Campiglia, a Rua Direita de Júlio Guerra, as inúmeras paisagens do Morumbi produzidas por Francisco Rebolo desde a década de 1940, a ruela de Volpi, as casas de Bonadei, entre outros que se detiveram sobre o gênero artístico da paisagem.

A mostra também reúne algumas obras que documentam lugares do estado de São Paulo que se modificaram ao longo do tempo, tal como a ponte pênsil, em São Vicente, do artista Benedicto Calixto, que tem, atualmente, sua paisagem alterada pela construção de uma nova ponte.

Só os caminhantes, observadores atentos, podem perceber a poesia contida na cidade que cresceu, transformando-se em uma das maiores do mundo. Ver esta cidade com olhos de poeta, e encontrar nela o lirismo das paisagens de outrora, é o que se pode perceber nas pinturas de Gregório Gruber, que recolhe da cidade as gotas de um cotidiano invisível.

Do mesmo modo, outras tantas imagens de São Paulo revelam seus segredos, sonhos e desejos.

Ana Cristina Carvalho
Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo