Loading...
Paulo Bomfim – O Universo do Poeta

Histórico de exposições permanentes, temporárias e itinerantes

EM CARTAZ | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

Paulo Bomfim – O Universo do Poeta
Palácio do Horto, de 21 de maio a 21 de agosto de 20111

Mergulhar no universo de Paulo Bomfim é conhecer a história cultural e política da cidade de São Paulo, a partir da efervescência das décadas de 1930-60. Para celebrar esse contexto fascinante de suas relações pessoais e afetivas com muitos intelectuais e artistas do Modernismo brasileiro, esta exposição apresenta documentos, livros, fotografias e objetos do acervo do poeta reunidos ao lado de pinturas e esculturas do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios, produzidas por artistas que com ele conviveram e ainda habitam sua casa. Alguns dos mais representativos modernistas ilustraram seus textos, entre eles, Tarsila do Amaral, que desenhou para seu primeiro livro, “Antônio Triste” (1947), prefaciado por Guilherme de Almeida.

Muitas das valiosas experiências vividas entre o grupo de expoentes das artes e da literatura brasileiras e o “príncipe dos poetas” estão registradas na casa de Bomfim, o espaço da memória: nas belas dedicatórias nos livros da biblioteca; nas pinturas, gravuras e desenhos dos amigos artistas, que enchem as paredes de todos os ambientes; nos objetos-símbolos do amor a São Paulo e, especialmente, à sua esposa Emy; e, claro, em seus tantos relatos poéticos sobre São Paulo e sua vida cultural.

Os artistas modernistas aqui apresentados estão associados de alguma maneira a Paulo Bomfim, seja pelas relações de amizade, ou por complementarem as histórias dos lugares freqüentados e figuras conhecidas. Francisco Rebolo, um dos artistas do Grupo Santa Helena, por exemplo, em “Paisagem do Morumbi”, mostra a casa onde viveu nos anos 1940, freqüentada, muitas vezes, pelo poeta; Ismael Nery retrata a poetisa Adalgisa Nery, amiga de Paulo Bomfim, que guarda dela um belo texto de correspondência; Tarsila do Amaral também apresenta o retrato de outra amiga, a poetisa Fernanda de Castro, mulher do artista Antonio Ferro.

Desse modo, o universo do cotidiano do escritor, desvendado pelas imagens da intimidade de sua própria casa, repleta de objetos reunidos pelo poeta durante toda a vida – uma real biblioteca de referências históricas, culturais e artísticas –, é recriado no Palácio do Horto.

O contexto da casa inspira e orienta todo o percurso da mostra. O poema “A Casa” compõe o roteiro dos ambientes desta exposição. Segundo o poeta, a casa é o princípio e o fim, e seu poema foi o resultado de todas as casas que ficaram pelo caminho, construindo, através da palavra, “uma casa de idéias que me aguarde quando eu partir (...)”.

O homem que habita a poesia paulista de Paulo Bomfim é o jovem sábio, o homem da luta, o mágico da vida, o príncipe das moradas, o guardião do amor. Está atento ao espaço da casa e à memória do tempo. E é a casa que reconta a história vivida.

Ana Cristina Carvalho
Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo