Histórico de exposições permanentes, temporárias e itinerantes
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Presença Japonesa na Arte Brasileira – Da Figura à Abstração
Palácio dos Bandeirantes, de 30 de junho a 31 de agosto de 2008
Participam desta exposição 40 artistas japoneses e nipo-brasileiros de gerações distintas, desde os que chegaram ao Brasil e iniciaram sua produção artística nos anos de 1930 – constituindo o Grupo Seibi e, posteriormente, outros grupos, como o Guanabara e o Grupo 15 –, até artistas mais atuais que participaram de Bienais e Salões.
As obras aqui reunidas, provenientes do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo, do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, do Instituto Mabe e de coleções dos artistas, refletem a troca de experiências entre os artistas japoneses e o impacto do contexto de um Brasil exuberante e atraente, desenvolvendo novas formas de ver a arte.
As linguagens tanto figurativa como abstrata presentes na produção diversificada das 60 obras reunidas demonstram que essa produção de 1920 a 2007 revela um olhar atento e curioso, registrando desde figurativismo naturalista de paisagens e transformações urbanas e expressionismo da pintura de cores intensas que dissolvem e transcendem as figuras às novas experimentações no campo da escultura. Permitem, portanto, muitas leituras ancoradas nas visões distintas dos artistas.
A primeira geração de imigrantes que chega à nossa terra traz elementos culturais ancestrais que, somados ao novo panorama ocidental, produz uma arte que transita livremente por várias formas de expressão de uma maneira peculiar: desenhos e gravuras que evidenciam a maestria da técnica shodo (arte da caligrafia), pinturas e aquarelas que mergulham no universo da abstração, e tridimensionais em madeira, acrílico e cerâmica, que mostram o ritmo e a harmonia próprios da riqueza do encontro entre duas culturas distintas em momentos diversos.
"Presença Japonesa na Arte Brasileira: da Figura à Abstração" procura mostrar, através das quatro gerações de artistas, como a cultura japonesa influenciou a pintura e a escultura produzidas no Brasil pelos japoneses e seus descendentes e como o acolhimento, os costumes, o nosso cotidiano, as cores e luzes do Brasil influenciaram significativamente esse grupo de artistas.
Assim, essa interface cultural e estética refletida em obras expostas em quatro núcleos – o primeiro formado pelos artistas do Grupo Seibi, em 1935; o segundo com sua reabertura em 1947 e a adesão de mais artistas; em seguida nas décadas de 1950 e 1960; e o quarto núcleo integra a produção a partir dos anos 1960 e 1970 até obras mais recentes –, transita por caminhos não lineares entre linguagens figurativa e abstrata.
Ana Cristina Carvalho
Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo