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Rosa dos Ventos – Arte Colonial no Acervo Artístico dos Palácios

Histórico de exposições permanentes, temporárias e itinerantes

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Rosa dos Ventos – Arte Colonial no Acervo Artístico dos Palácios
Palácio Boa Vista, de 03 de julho a 18 de setembro de 2011

A coleção de arte colonial do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo, composta de mais de mil peças de mobiliário religioso e civil, imagens sacras, pinturas e objetos artísticos, foi formada a partir das aquisições na primeira metade do século XX – como as imagens e pinturas mais antigas, provenientes do Palácio dos Campos Elíseos – e complementada nos anos 1970.

Nesse período, foi constituído um grupo de especialistas para indicar obras relevantes que pudessem formar uma expressiva coleção para o Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, e o Boa Vista, em Campos do Jordão. A política de aquisição de obras de arte da época privilegiou a formação de uma significativa coleção de oratórios, mesas, bancos, arcazes, baús, objetos de porcelana chinesa e uma série de mais de 60 pinturas de arte cusquenha.

No Brasil, a produção local e os objetos importados nos séculos XVII e XVIII tiveram suas características formais e decorativas promovidas pelos ciclos econômicos da cana de açúcar e do ouro. Além de um rico repertório de ornamentos e um Barroco peculiar, esses ciclos também patrocinaram interpretações próprias das tendências européias trazidas pelos “bons ventos” do aprimoramento artístico, resultante do intenso comércio entre Portugal, Espanha, Inglaterra, Holanda, China e colônias portuguesas. São essas distintas e ricas associações de formas, materiais, entalhes e cores, documentadas na arte e nos objetos usados nas casas brasileiras, desde os tempos coloniais, que estão representadas na seleção de peças expostas em “Rosa dos Ventos – Arte Colonial no Acervo Artístico dos Palácios”.

A mostra apresenta obras da coleção da arte do século XVI ao XVIII, destacando o ecletismo estético e suas múltiplas influências, que, sob a perspectiva dos curadores convidados Maria Alice Milliet e Dalton Sala, sinalizam os laços profundos da arte brasileira com a metrópole portuguesa e as demais associações com a Europa e o Oriente.

Nos ambientes que se seguem à exposição, o visitante é convidado a perceber relações com outros artistas da primeira metade do século XX. Ao lado da coleção de arte colonial, as aquisições para o acervo dos Palácios, seguindo os critérios típicos da década de 1970, também contemplaram uma importante coleção de arte moderna brasileira. Essa composição foi uma prática muito comum na escolha de peças das ambientações das residências nos anos 1960/70, especialmente em São Paulo. Os artistas modernistas propuseram a retomada da valorização da produção artística do período colonial – como pode ser observado nas obras de Tarsila do Amaral, que incorporou temas religiosos, cores tropicais, alusões a igrejas coloniais e à arquitetura barroca.

O percurso da visita é complementado pelo contexto do cotidiano da casa-museu, com seus cômodos repletos de móveis, objetos, pinturas e esculturas que constituem a memória “viva” da história dos ambientes do Palácio Boa Vista.

Ana Cristina Carvalho
Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo