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Um Percurso, uma História – Os Salões Paulistas de Belas Artes

Histórico de exposições permanentes, temporárias e itinerantes

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Um Percurso, uma História – Os Salões Paulistas de Belas Artes
Palácio dos Bandeirantes, de 10 de agosto a 07 de novembro de 2010

O resgate da memória tem a capacidade de construir novos paradigmas culturais e novas realidades. Esta exposição percorre a história de uma das mais tradicionais formas de incentivo do Estado às artes desde a década de 1930 até o ano de 2006: o Salão Paulista de Belas Artes.

Criado no âmbito de um denso período político e social, o Salão foi, até os anos 1960-70, praticamente um dos únicos meios gratuitos para artistas exporem seus trabalhos. Já no final da década de 1960, outros Salões, como os de Arte Contemporânea do ABC e de Campinas, começam a projetar novas gerações de artistas e, a partir dos anos 1970, o mercado das galerias e leilões assume o papel de difusor e formador de valor das artes.

Grande parte do acervo artístico dos Palácios do Governo de São Paulo foi constituída na década de 1970, por meio de aquisições, doações e concursos; porém, há nele uma expressiva quantidade de obras que participaram dos Salões. Assim, a exposição reúne pinturas e esculturas apresentadas em dois núcleos. O primeiro expõe obras das coleções palacianas, algumas provenientes das premiações, menções honrosas e prêmios aquisitivos dos Salões. No segundo núcleo, são destacados artistas presentes no Acervo dos Palácios que participaram dos Salões realizados entre 1933 e 2003, ainda que as obras expostas não tenham participado deles.

Nas expressões artísticas apresentadas nos Salões, prevalece a linguagem figurativa nas categorias Pintura e Escultura, especialmente nas primeiras edições. Mais tarde, nas primeiras décadas da segunda metade do século XX, as obras expostas traduzem a resistência de alguns artistas ao embate entre as linguagens figurativa e abstrata. Essas obras trazem distintas e significativas contribuições para o entendimento das artes plásticas brasileiras no período. Além das categorias Pintura – que compreendia as técnicas de aquarela, guache, pastel, desenho e gravura – e Escultura, constavam nos Salões, também, as sessões de Arte Decorativa e de Arquitetura.

Muitos dos grandes artistas brasileiros tiveram suas obras expostas nos Salões, algumas delas tornando-se ícones da história da arte no Brasil. É o caso da obra “Operários” (1933), de Tarsila do Amaral, que participou da primeira edição oficial do Salão, em 1934, adquirida pelo Governo do Estado, em 1972, para integrar a coleção do Palácio Boa Vista, em Campos do Jordão. Como essa obra, tantas outras que fazem parte da coleção dos Palácios e de outros museus estaduais e municipais constituem patrimônio público de São Paulo e estão conservadas e expostas nos principais museus da cidade.

A exposição, portanto, revisita os Salões Paulistas de Belas Artes por meio das obras expostas, trazendo para a atualidade a reflexão e a discussão de uma forma de atuação na prática do fomento e difusão das artes que, a despeito de suas efetivas contribuições, para muitos, está esquecida há tempos.

Ana Cristina Carvalho
Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo