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Valdir Cruz – Sinfonia de um viajante

Histórico de exposições permanentes, temporárias e itinerantes

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Valdir Cruz – Sinfonia de um viajante
Palácio dos Bandeirantes, de 18 de maio a 09 de agosto de 2009

A exposição de fotografias de Valdir Cruz, “Sinfonia de um Viajante”, reúne 35 imagens que mostram dois temas distintos: a paisagem e a figura humana. A série de fotografias solicita nosso olhar não só pelo que o artista mostra, mas pelo que ele vê. Do povo indígena Yanomami, que vive na região amazônica, o artista revela o cotidiano e desvenda o real e o imaginário; das quedas d’água paranaenses, ele nos traz a beleza de formas inusitadas ao captar o movimento e a luz.

Paisagens plenas de luz e sombra e figuras humanas repletas de espontaneidade fazem destas fotografias imagens únicas, que sugerem o inesperado e o inusitado. Convidam-nos a passear pela natureza, entre florestas, matas e rios, levados pela correnteza do olhar provocativo do artista viajante, em sua visão artística, humanista e antropológica.

Apesar de enfocarem assuntos e regiões distantes uma da outra – os estados de Roraima e Paraná –, os dois estudos fotográficos originam-se e nutrem-se da mesma busca de consciência da preservação do meio ambiente e da cultura brasileira.

As imagens feitas durante um extenso trabalho de pesquisa, entre os anos de 1995 e 2005, visitam não somente o espaço físico, mas desvendam a alma de regiões e povos isolados e desconhecidos.

A exposição reúne fotografias que podem ser compreendidas sob perspectivas distintas e que estão expostas em dois núcleos de idéias, “Espelho” e “Encontro”, cada uma compreendendo metafórica e respectivamente as imagens das águas e dos Yanomami.

O “Espelho”, de grande carga simbólica, nos remete aos espelhos de Clarice Lispector e de Guimarães Rosa, sugerindo um narrador viajante em busca de experiência, onde o lugar não é só físico, mas uma possibilidade de reflexão e de reconhecimento. Através da luz das águas de Valdir Cruz, dotadas de uma transparência reflexiva, do jogo de luz e sombra, dos tons de negro e de cinza, até a limpidez do branco, emerge “(...) uma nitidez que cega”, nas palavras do poeta Álvaro de Campos.

O “Encontro” evidencia a relação com os personagens do povo indígena, os Yanomami, em uma intimidade espontânea. O encontro com o outro é representado nesta exposição com imagens de rigor estético, mas também de grande conteúdo humano, que evidenciam a natureza e o cotidiano Yanomami, patrimônio cultural da nação brasileira.

Ana Cristina Carvalho
Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo