Histórico de exposições permanentes, temporárias e itinerantes
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Gregório Gruber – Florestais
Palácio do Horto, de 20 de setembro de 2008 a 28 de fevereiro de 2009
Trinta e nove obras contam a história da convivência do artista Gregório Gruber com a região do Horto Florestal, desde os anos de 1970. Mais do que valorizar o patrimônio ecológico, esta exposição evidencia e simboliza a busca do ser humano pela natureza, no seu impulso de preservar a vida na sua forma mais natural e essencial.
A série de obras reunidas explora o gênero artístico da paisagem como possibilidade de libertar-se do cotidiano urbano apressado e ir ao encontro de si mesmo no silêncio da natureza, quebrado apenas pelo canto dos pássaros, o som dos ventos sobre as árvores. Os raios de luz das paisagens de Gregório Gruber trazem uma geografia rica de símbolos que transitam entre o vazio e o pleno, explorando os limites da consciência da realidade e construindo uma natureza que evidencia a experiência da transitoriedade humana. A sutileza da presença humana em algumas dessas paisagens é como se fosse uma interferência pacificadora, harmoniosa, seja de forma lúdica ou bucólica, buscando caminhos para o encontro de si mesmo.
Uma visita à exposição "Gregório Gruber – Florestais" nos revela que as paisagens urbanas hiper-realistas, que povoam grande parte da produção artística de Gregório, não são, na verdade, o tema único do seu olhar à cidade.
Aquarelas, pinturas, esculturas em terracota, carvão e caixas escultóricas em papel de seda e madeira pintada mostram o olhar fotográfico do artista e apresenta, em "Florestais", seus pontos de contato com a tradição impressionista de artistas como William Turner. Evidenciando a sensação da luz e da atmosfera em momentos efêmeros e na bifurcação entre a realidade e a impressão, Gruber registra um cotidiano moderno de paisagens habitadas. Da metrópole, o artista tira a figura humana e a devolve à natureza.
Sua obra, além de ser um registro importante da região do Horto Florestal, capta a emoção da natureza e revela significados ocultos; dá a impressão de que o convívio humano nessas paisagens, nas palavras de Gilda de Mello e Souza, revela “um sentimento recluso de intimidade, de duração lenta, de silêncio, que pousa sobre pessoas e coisas”.
O pintor das paisagens paulistanas está em constante busca pelo experimentar. Utiliza-se de diversas técnicas e suportes distintos para expressar-se. As caixas escultóricas, apresentadas ao público pela primeira vez, mostram o lado lúdico, o apurado senso estético e trazem a alegria da criança que ainda existe em Gregório.
Ana Cristina Carvalho
Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo