Rota da Porcelana nos Palácios do Governo de São Paulo
“Rota da Porcelana nos Palácios do Governo de São Paulo” apresenta uma seleção de peças da coleção de louça dos três Palácios do Governo paulista: dos Bandeirantes, Boa Vista e do Horto.
A coleção inicia-se na década de 1970, com aquisições por meio de antiquários e acervos particulares, totalizando cerca de 200 peças que representam a cultura material do século XVIII ao XX. Compreende três segmentos: a louça histórica brasonada e monografada, usada por famílias ligadas à história de São Paulo, por nobres e titulares do Império; a louça oficial, encomendada pelos sucessivos governos para ser utilizada no uso diário, bem como nos banquetes dos Palácios; e a louça artística, que apresenta objetos de mesa e de decoração fabricados na China e na Europa.
Estas peças evidenciam o cotidiano doméstico europeu de três séculos atrás, época em que a porcelana era considerada uma verdadeira jóia e representante de status. Seu uso no Brasil inicia-se no Nordeste no século XVIII, com a importação de objetos europeus pelos ricos senhores de engenho. No período do Império, no início do século XIX, há uma maior disseminação dessas peças com a vinda da corte portuguesa para o Rio de Janeiro.
Além da coleção de louça chinesa das Companhias das Índias, a porcelana européia aqui exposta foi produzida, em sua maioria, nos séculos XVIII e XIX, em regiões da França, Inglaterra e Alemanha, e decorada segundo os estilos ocidentais, também sofrendo influências do “chinesismo” desse período.
Poucas peças da coleção dos Palácios são de fabricação brasileira, excetuando-se os serviços de mesa utilizados atualmente. No Brasil, os imigrantes europeus trazem técnicas do fabrico de louçaria somente a partir da década de 1910, e, ao longo da primeira metade do século XX, o desenvolvimento urbano e econômico da cidade de São Paulo impulsiona a indústria da louça e aquece o mercado local, diminuindo a importação de peças européias.
A aquisição de itens mais antigos e de origem chinesa segue os critérios históricos e artísticos acima mencionados.
Assim, esta exposição procura revelar os caminhos, as influências e as tendências artísticas da porcelana em seu longo percurso até os Palácios do Governo de São Paulo.
Ana Cristina Carvalho
Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo